quarta-feira, 22 de julho de 2015

As(os) Viúvas(os) do Orkut

Outro dia ouvi esse termo de alguém bem próximo a mim: "... as viúvas do Orkut...". Confesso que achei a referência engraçada, mas depois pensando... Bem, o termo refere-se às pessoas que saudosistas do antigo site, revivem vez em quando suas experiências e gostariam que o mesmo não se houvesse extinto. Me encaixo então como "viúva do Orkut" :).
Explico que não é minha intenção desmerecer o Facebook, aliás tenho lá o meu perfil e reconheço algumas vantagens, mas que nem de longe atingem o encanto das velhas comunidades e seus debates!... Esta é um visão pessoal, é claro. Como toda boa "viúva", vez por outra remexo memórias e acabei por descobrir que é possível encontrar arquivos das postagens e tópicos do "falecido" no Google e a saudade ficou ainda mais forte! Não vejo como interagir desta forma no face, mesmo nos grupos, pois a dinâmica é bem diferente, mas há quem consiga, eu suponho. As velhas comunidades tinham sua magia de interação toda própria e voltada para quem aprecia (como eu) a troca de ideias (principalmente as diferentes), com o objetivo de argumentar e refletir sobre os mais variados temas, buscando firmar ou reformular o pensamento. Existe por aí uma tentativa de "reanimar o morto", basta procurar e será possível encontrar esta nova versão (com design semelhante ao original) inclusive no nome: Orkuti! Não objetivo aqui fazer divulgação, mas criei um perfil lá e acesso eventualmente para dar uma conferida, porém a distância entre o antigo e o novo é muito grande. À começar que me parece mais um site que as pessoas tentam usar para alimentar egos e/ou fugir da famosa solidão existencial, o que também me lembra o face. Talvez isto ocorra porque as viúvas e viúvos dos grandes debates ainda não tenham descoberto a possibilidade de retornar a magia ou talvez e mais provável, porque a vida é dinâmica e tudo muda, tudo tem a sua época e circunstância próprias. Enfim, este me parece, será um "luto eterno" ou quem sabe mais à frente, alguém idealize alguma outra forma de interação virtual onde o valor esteja na força das ideias e no encontro/reencontro de interesses menos focados no "eu sou" e mais  no "eu ainda preciso aprender, para um dia ser". Como eu gostava de encerrar algumas de minhas postagens no Orkut: É mais ou menos por aí... Fraterno Abraço!

terça-feira, 21 de julho de 2015

Momentos Insanos

 
São noites, são flores, são dias...
São sonhos, são medos, erros e acertos...
Parte da minha insanidade,

Fruto da provável utopia...

Ser eu não é assim tão fácil,
Nem fácil é deixar de ser...
Existem velas ao vento,
pequenas chamas ardendo ao relento,
que não se apagam!...

Existem velhas pendências,
algumas supostas urgências
que no tempo se perderam...
Mas entre brumas e atritos,
voltas e estradas,
tempo e afagos,
ainda se agitam...

Quem sabe no meu conceito de infinito,
o tempo nunca se acabe!?...
Apenas se perca por instantes de anos,
talvez séculos... quem sabe!?

E num poema inacabado,
quem sabe eu retorne, um dia...
Talvez, quem sabe...


(Beth - em 19/09/2010)

domingo, 19 de julho de 2015

Poesia vaga

Sou como nuvem...
Eu sou como nuvem passageira
flutuando nesse imenso céu azul...
Absorvendo o vento, rompendo o tempo e desabando por um instante...
recompondo-me no aconchego dos que amo...
Nunca desisto, porque existo e insisto!...
Me transmuto, me transformo... me espalho, me recolho...
renasço e morro... não, não sou normal!
mas sou do bem, não sou do mal...
sou eu apenas...

(Beth)

quarta-feira, 15 de julho de 2015

Criticar para crescer

Segundo o Dicionário Informal, "o termo "crítica" deriva do termo grego kritike, significando "a arte de discernir", ou seja, o fato de discernir o valor das pessoas ou das coisas. Análise sistemática das condições e consequências de um conceito; significa a teoria, a disciplina ou uma aproximação e uma tentativa de compreender os limites e a validade de um conceito."
A minha reflexão de hoje é justamente sobre a capacidade de criticar inerente ao ser humano. Eu, particularmente, tenho tendência ao questionamento. Os "por quês", "de onde", "pra onde", "como", "qual finalidade", são fundamentais em minha vida. Portanto, uma crítica nata. Não me refiro aqui a crítica que objetiva somente mensurar valores e posicionamentos, mas sim, a crítica que busca compreender da forma mais concreta possível os fatos. O abstrato combina bem com a ficção, a literatura, a poesia, enfim, o universo das ideias e emoções. Na prática, a realidade do que pretendemos ser ou fazer exige uma dinâmica mais aprimorada, à fim de que possamos de fato nos tornar indivíduos capazes de interagir e superar desafios. Criticar é preciso, é um exercício da mente na formação de nossos valores, na dificil tarefa de escolher nosso destino e nos posicionarmos diante da vida. Fazendo aqui uma breve analogia à Platão e seu clássico Mito da Caverna, somente quando abandonamos nossos medos e tendências comodistas, passando a desafiar o inusitado e a explorar o que existe além de nós, seremos talvez surpreendidos com a infinidade de possibilidades pelas quais passamos sem sequer cogitar que estavam lá. 

"O que faz andar o barco não é a vela enfunada, mas o vento que não se vê"
(Platão)

terça-feira, 14 de julho de 2015

Redes nem tão sociais assim

Uma única harmonia comanda a composição do todo através da combinação dos princípios contrários. (Aristóteles)

As redes sociais tornaram-se a febre da ditas civilizações hipoteticamente globalizadas! Cientistas sociais modernos afirmam que a globalização nos leva para um caminho perigoso da perda de identidade, ou seja, passamos a ser parte do todo, sem fronteiras políticas, filosóficas, religiosas, étnicas, sequer geográficas. Huuummm... bom pensar um pouquinho sobre este rumo que estamos tomando. Estaríamos então todos sujeitos a uma modelo ideal de existência? Preceitos, conceitos, ideologias se tornam unas, ignorando as diferenças naturais? O certo e o errado perdem espaço para o infinito universo das possibilidades, fazendo com que sejamos todos obrigados (sim, obrigados) a aceitar o que a "modernidade" nos dita? Socialmente aceitos, esta passa a ser a máxima de nossas existências?  E somente para complicar ainda um pouco mais, vivemos a era da informação imediata e o que não nos falta são receitas prontas nos ensinando como viver melhor e como sermos mais felizes, atingindo uma plenitude que não vai muito além de um corpo perfeito, uma mente aberta e uma aceitação sem questionamentos. Os apelos chegam de todos os lados através da mídia e das ideias propagadas sem nenhuma intenção de educar, apenas visando a massificação. E as redes sociais desempenham este papel com eficiência magnânima!... São informações e opiniões desprovidas de fundamento sendo despejadas aos borbotões, egos insuflados, aparências acima dos fatos, solidão camuflada e por aí vamos.... Claro, redes sociais também propiciam encontros e reencontros, "basiquinho" isso, mas este é um objetivo menor diante da grande máquina que manipula e desconstrói. Eu aqui do meu mundinho observo e por vezes me pergunto o que estou fazendo aqui!? Mas inserir-se no contexto não me obriga a aceitá-lo e muito menos compartilhar/curtir seus absurdos. Mas chamo a atenção para uma observação mais cuidadosa e menos individualista sobre esta ferramenta que nos coloca em contato e à mercê da coletividade. Talvez possamos um dia atingir uma maturidade capaz de nos levar através das redes como indivíduos capazes de promover a evolução, entendendo que somos parte dela, respeitando as diversas identidades que existem, sem tentar anulá-las em prol de nossas "máximas" crenças!...

Tenhamos Brio

https://www.youtube.com/watch?v=Qj6mQSdBSGI

Como comentar esta tirada do Professor Clóvis, sem fazer uma análise auto reflexiva sobre a forma como nos dispomos a compreender o mundo!?... Quantas vezes desistimos na primeira dificuldade acadêmica ou de vida e assumimos a postura de que tal assunto nos é vedado ao entendimento!? Certa vez um doutor em matemática, amigo meu, disse que os números sempre foram a sua maior dificuldade e eu, inocentemente, questionei: Ora, isso não faz sentido, você é doutor em matemática! A resposta veio rápida e ficou marcada em minha mente: "Justamente por isto, me empenhei em aprender e me superar. Para que investir tempo nas áreas que domino? Para estas dedico um tempo menor do que eu dedico para aquilo que não sei!" Desde então, cada vez que me deparo com o complicado, passado o surto natural que este me causa, tento me lembrar da lição aprendida. Não existe isso de assunto insuperável! O que existe é a comodidade! Porque não é fácil vencer barreiras, principalmente diante dos apelos que nos atropelam e convidam ao descaso, ao descanso, à fazer as coisas de forma "simples e prática" à fim de dispor de tempo para outros temas ainda "mais importantes". Ok, porém não vejo nada mais importante que evoluir enquanto indivíduos que somos,  acumular conhecimento e ter a sensação que o infinito é o limite de nossas possibilidades, aliás este é o slogan da Unisinos (Universidade do Vale do Rio dos Sinos): "Somos Infinitas Possibilidades". E não é que somos mesmo!? Tudo é uma questão de foco, vontade e objetivo!

terça-feira, 7 de julho de 2015

À Caminho do Mar


Costumo pensar que para se conhecer um lugar, qualquer lugar, é preciso percorrer seus desvios. Uma estrada não se traduz apenas pela paisagem que está à frente, mas também por seus caminhos ocultos.
Sabe aquela estradinha que faz divisa com a estrada principal? Aquela mesma que foge do asfalto e adentra a paisagem, como um convite para o inusitado!?... Gosto de perseguir novas possibilidades e me atento para os tesouros resguardados pela dificuldade do acesso. Sob o Céu, o Sol e o Mar, em meio à relva, distante da civilização por assim dizer... Enquanto houver em mim um mínimo traço de lucidez, quero experimentar esta aventura de descobrir e redescobrir este mundo gigante e tão repleto de belezas, todas lá, à disposição de quem sabe ver!...