sábado, 12 de setembro de 2015

Entre gerações

Recentemente tenho ouvido falar muito de histórias de gerações, aquela coisa sobre quem viveu os anos 60, 70 e 80 (principalmente) e de quem nasceu outro dia (a dita geração WhatsApp) :).
Parece haver uma espécie de "disputa", onde a tecnologia é "acusada" de promover a solidão, fazendo com que as pessoas sejam prisioneiras de seu próprio mundo... mundo este criado diante das ferramentas que nos inserem em um universo globalizado, gigante e infinito nas possibilidades...
Bem, meio contraditório isso, não é mesmo? Eu vivi as peripécias de uma juventude sem acesso ao mundo digital e posso afirmar (por mim mesma apenas) que a minha vida era plena e bem feliz. Por outro lado não compartilho a ideia de que o acesso a este universo digital seja uma aventura solitária.
Tudo é uma questão de perspectiva e muitas análises podem ser feitas, porém não podemos mensurar uma conclusão única, do tipo que mapeia como bom ou mau um estilo de viver. São apenas diferentes, mas sem sombra de dúvida, acho que é um diferencial bacana pertencer ao grupo do meio. Explico: ter nascido antes e vivenciado toda esta evolução tecnológica é uma aventura singular e fascinante! Hoje me delicio com os recursos que me permitem ver e falar com pessoas que me são caras e que estão em "tão tão distante"! :) Utilizo estes mesmos recursos para me manter informada e atualizada sobre assuntos do meu interesse, estudo sem precisar sair de casa e este próprio blog é uma ferramenta possível somente porque a tecnologia evoluiu! As mudanças não param, acontecem todo dia, toda hora e não há limites para a imaginação sobre o que poderemos fazer em um futuro próximo. Mas (porque é preciso sempre haver um "mas"), nenhum destes recursos supera a intensidade da interação humana anterior, quando a gente se reunia mais (digo, presencialmente mesmo), experimentava mais o mundo real, com todos os seus perigos e delícias! Eu disse "não supera", porém facilita a vida de uma forma que se torna impensável viver sem estes recursos daqui pra frente. O que eu entendo como perigo na tecnologia é somente a forma como a utilizamos, a ausência de limites que pode levar sim ao isolamento e a uma deficiência emocional um tanto quanto assustadora. Redes sociais são um exemplo deste mal uso. Não digo isto de forma generalizada, claro. Tão pouco estou aqui tentando criticar ou rotular os usuários das redes sociais como imaturos ou qualquer outro adjetivo depreciativo deste tipo. Somente compartilho um pensamento, Antes, o marketing pessoal era baseado em ações sólidas, em atitudes e comportamento. Hoje, este mesmo marketing se propaga tendo como base o ego e por que não dizer, a imaginação fértil e individual!? Portanto, parafraseando um conhecimento antigo, vamos dar os méritos e desméritos a quem tem, de forma seletiva e peculiar. Porque, ainda bem, que existem as diferenças e nos cabe reconhecê-las e interagir com o que nos acrescenta enquanto seres humanos, porque a humanidade é um valor que não pode ser perdido, não pode tornar-se obsoleto. A humanidade é a meta, embora não seja o fim.

2 comentários:

  1. Verdade, também tive a mesma oportunidade de vivênciar os dois tempos e realmente viver sem esta tecnologia depois de conhece-la , seria como uma sensação de perda irreparável, só que ela não nos completa como seres humanos que somos , simplesmente nos ilude na imensidão que nos oferece.
    É minha amiga trocamos o toque de pele e olhar, por teclados e telas.

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    1. Olá Kaka Kruz! Tem inclusive aquela máxima: a tecnologia nos aproxima de quem está em "tão, tão distante" e nos afasta de "quem está em tão, tão perto", não é mesmo!? :)
      Mas isto depende de como nos portamos diante deste universo digital e creio que é perfeitamente possível fazer de toda esta tecnologia uma ferramenta do bem, capaz de ampliar nossas possibilidades e ao mesmo tempo nos direcionar para o exercício da humanidade. Fraterno abraço, obrigada pela participação e comentário. Seja sempre Bem Vinda! :)

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