segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Eu não tenho meios termos...

Felizmente ou infelizmente (ponto à considerar/debater/refletir) eu não consigo definir nenhum conceito como mais ou menos, isso ou aquilo talvez. As coisas são ou não são (ponderações são bem vindas e necessárias). Porém tenho definições próprias e estruturadas sobre aquilo que me proponho a discorrer. Isto não significa que não estou aberta ao bom debate, mas significa que tenho opiniões formadas, valores pré definidos e uma personalidade moldada nas minhas experiências pessoais, embora embasada também no que absorvo do mundo em geral.  Mas paro para pensar toda vez que a ideia do outro abala minhas convicções pessoais. Se mudo de opinião? sim, eu mudo, desde que o argumento seja suficientemente plausível e sustentável. Não tenho nenhuma pretensão de ser "dona da verdade". Aliás, não acredito nisto! Verdades são questionáveis, antes de mais nada (não se pode atribuir veracidade a nada que não possa ser submetido ao questionamento).
Dito isto, passo a reflexão propriamente dita deste texto: outro dia expressei uma opinião no meu Blog Responsabilidade Social sobre uma reportagem que referia-se ao drama vivido por refugiados da Síria e Afeganistão. Ora, sabemos que este é um problema de ordem prioritária e que, na minha opinião, não recebe a devida conotação de urgência pelas autoridades mundiais, seja por questões políticas, econômicas ou de interesses diversos. A mídia (pelo menos a mídia brasileira) também não retrata os fatos com a devida responsabilidade e comprometimento de informar os fatos como eles são. Sim, parece que o jornalismo se detém a estruturar a reportagem, sem esmiuçar as diversas vertentes e principalmente os fatos históricos por trás de cada questão. Fica mais ou menos assim: "grupo extremista causa tragédia com bomba em um centro movimentado". Ok, mas o que causou a formação deste grupo? qual a história por trás do ódio e da violência? o que poderia ter sido feito para coibir/evitar tal atrocidade? a quem interessa a não exposição de tais fatos? Posso me deter aqui em inúmeras perguntas deste tipo, mas não sou jornalista, não faço parte da mídia, sou apenas um ser pensante.... por que estas perguntas não são sequer cogitadas? por que não saímos da mesmice? e pior, por quanto tempo mais seguiremos assistindo ou sendo parte desta catastrófica situação, onde pessoas inocentes perdem seus direitos e vidas? mas a mídia vai falar, sim, vai falar do que não faz diferença: a cor, a idade, a religião, a opção sexual, o nível econômico e sabe-se lá mais o que  poderia "classificar" as vítimas.... E a opinião pública (pobre em sua maioria, porque não se dá ao trabalho de pesquisar, de investigar outras fontes) fomenta toda esta desinformação. Desinformação esta que é passada e repassada, hoje em dia, de forma muito rápida nas redes sociais. Para piorar um pouco mais o quadro, pessoas começam a discutir o "sexo das pedras": questões como a "sua opinião difere da minha, então está errada", portanto o desrespeito toma à frente, minando os fatos. A notícia acaba perdendo a sua importância frente à questões menores, irrelevantes mesmo. Finalizando a questão dos refugiados em reportagem citada acima, quem adere a causa e providencia socorro é gente solidária. Nada mais que isto. Ponto final!
O problema não termina aí, vemos as tragédias ocorridas recentemente em Paris e no estado brasileiro de Minas Gerais. Me causa frustração toda essa polêmica nas redes sociais, onde as pessoas passam a atacar uma simples alteração na foto do perfil (alteração esta que significa apenas demonstração de solidariedade). Meu Deus, que mundo é este? Então temos que escolher com qual desgraça devemos nos solidarizar? Qual tragédia merece nosso interesse e auxílio? a dor de um é maior que a do outro, apenas em função da nacionalidade? uma mãe que perde seu filho sofre diferente, de acordo com a opinião pública? Opinião esta, que repito, nem sempre tem o devido embasamento dos fatos, só para ilustrar! Acordemos, pois! Dor é dor, tragédia é tragédia e solidariedade não tem fronteiras, não escolhe um alvo especifico, apenas se demonstra e se expande conforme a compreensão de cada um. E por favor, a compreensão dos fatos não deve limitar-se a esta mídia inconsistente que temos, vamos lá. pesquisar, investigar, formar uma opinião própria baseada em fatos, não em achismos banais. Tem muita coisa por trás da notícia exposta e algumas destas coisas são justamente repassadas com a intenção de camuflar a verdade. É mais ou menos por aí...

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