terça-feira, 14 de julho de 2015

Redes nem tão sociais assim

Uma única harmonia comanda a composição do todo através da combinação dos princípios contrários. (Aristóteles)

As redes sociais tornaram-se a febre da ditas civilizações hipoteticamente globalizadas! Cientistas sociais modernos afirmam que a globalização nos leva para um caminho perigoso da perda de identidade, ou seja, passamos a ser parte do todo, sem fronteiras políticas, filosóficas, religiosas, étnicas, sequer geográficas. Huuummm... bom pensar um pouquinho sobre este rumo que estamos tomando. Estaríamos então todos sujeitos a uma modelo ideal de existência? Preceitos, conceitos, ideologias se tornam unas, ignorando as diferenças naturais? O certo e o errado perdem espaço para o infinito universo das possibilidades, fazendo com que sejamos todos obrigados (sim, obrigados) a aceitar o que a "modernidade" nos dita? Socialmente aceitos, esta passa a ser a máxima de nossas existências?  E somente para complicar ainda um pouco mais, vivemos a era da informação imediata e o que não nos falta são receitas prontas nos ensinando como viver melhor e como sermos mais felizes, atingindo uma plenitude que não vai muito além de um corpo perfeito, uma mente aberta e uma aceitação sem questionamentos. Os apelos chegam de todos os lados através da mídia e das ideias propagadas sem nenhuma intenção de educar, apenas visando a massificação. E as redes sociais desempenham este papel com eficiência magnânima!... São informações e opiniões desprovidas de fundamento sendo despejadas aos borbotões, egos insuflados, aparências acima dos fatos, solidão camuflada e por aí vamos.... Claro, redes sociais também propiciam encontros e reencontros, "basiquinho" isso, mas este é um objetivo menor diante da grande máquina que manipula e desconstrói. Eu aqui do meu mundinho observo e por vezes me pergunto o que estou fazendo aqui!? Mas inserir-se no contexto não me obriga a aceitá-lo e muito menos compartilhar/curtir seus absurdos. Mas chamo a atenção para uma observação mais cuidadosa e menos individualista sobre esta ferramenta que nos coloca em contato e à mercê da coletividade. Talvez possamos um dia atingir uma maturidade capaz de nos levar através das redes como indivíduos capazes de promover a evolução, entendendo que somos parte dela, respeitando as diversas identidades que existem, sem tentar anulá-las em prol de nossas "máximas" crenças!...

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